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Padrões, padrões... Empty Padrões, padrões...

Qua Mar 27, 2024 8:42 am
O COMENTÁRIO DA SEMANA
Publicação Original: Dezembro de 2005. Republicado com revisões.

Padrões, padrões...

Desta vez foi a revista IstoÉ quem assinalou um velho bordão, repetido há tantos anos.

"O governo brasileiro não pretende repetir com a tevê de alta definição o mesmo erro da tevê em cores. Na ocasião, no auge do regime militar, o País criou um sistema próprio de transmissão, o PAL-M, hoje usado apenas no Brasil e no Laos."

Durante quinze anos, um bordão sobre a excelência das empresas privadas ecoou nos ouvidos  da população brasileira  Quem acabou "privatizando"  a companhia telefônica de S.Paulo foi uma empresa estatal espanhola... [E uma estatal portuguesa, para os telemóveis]

O primeiro problema sobre as diferenças de padrões foi relatado na Bíblia, quando um consórcio babilônico foi à falência em decorrência de um estranho fenomeno de falha de comunicação entre os trabalhadores da grande torre.

A natureza também não concorda com o padrão único. Os destros representam 90% da população humana. A minoria canhoteira é obrigada ajustar-se a essa realidade. Quase tudo é fabricado para os destros. O índice de acidentes pessoais é muito maior entre os canhotos, ironicamente conhecidos como "sinistros". Em política, nem se fale...

Quando você for ao Japão ou Inglaterra, ao atravessar uma rua, olhe em primeiro lugar para o lado direito...

O sistema internacional de medidas (metro, kilograma, segundo), foi criado para "simplificar" a vida das pessoas, principalmente os cientistas.

O sistema métrico, muito "superior" ao sistema imperial de medidas (polegada, libra, segundo), foi adotado logo após a Revolução Francesa. Serviu como uma éspecie de reserva de mercado ao favorecer a industria européia continental..

Os americanos chegaram à lua com o velho sistema imperial de medidas...

Os chips e [telas de televisão] são fabricados em dentro da escala de polegadas...

Uma dos grandes obstáculos encontrados na malograda fusão da Ford (EUA)  e Volkswagen (Alemanha) aqui no Brasil, isto é: a Auto Latina, foi a incompatibilidade entre padrões das máquinas e ferramentas de cada fábrica e também na rede autorizada.

Embora "Internacional" o bi-centenário sistema métrico ainda não é um padrão mundial.

E quanto à TV digital? A estratégia do conversor vai acabar com o padrão PAL-M?

Depende, se a caixinha conversora digital-analógica tiver apenas uma única saída, em PAL-M, não. Podemos entrar em um circulo vicioso (ou virtuoso?).

É necessário que o conversor tenha saídas em vários padrões, a fim de que esse aparelho (prometido ao custo de 300 reais) possa ser aproveitado tanto nos televisores antigos, dos brasileiros, dos argentinos, dos venezuelanos, como em modernos monitores de TV. (Dos norte-americanos, austalianos, ingleses, finlandeses, italianos ou espanhóis, alemães, franceses, japoneses, chineses... ou brasileiros).
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Dom Abr 14, 2024 9:24 am
Padrões, padrões... (de novo?!!!)

Abro os comentários dessa semana para demonstrar como a diversidade de padrões podem infernizar vida de nós, pobres mortais.

Plugues e Tomadas.

Cabe ao consumidor saber que os plugues de alimentação dos aparelhos elétricos devem ser ligados às tomadas de força, normalmente embutidas nas paredes das residências. Nada além disso.

No entanto, são grandes os dissabores dos brasileiros quando viajam ou mudam de domicílio. Nessas ocasiões, são comuns os relatos de incompatibilidade, mau funcionamento ou danos em seus aparelhos elétricos.

A explicação:

A tensão "oficial" (tradicionalmente conhecida como "voltagem") da rede elétrica brasileira é 127 V / 220 V, frequência em 60 Hertz, trifásica.

Exceções:

Linha aérea da capital paulista: monofásica 115 / 230 V .

Linha subterrânea paulista: trifásica 120V e 208 V.

Cidades Insulares Paulistas: 110 V monofásica.

Cidades Litorâneas Paulistas, Jundiaí e Região : 220 V trifásico.

Cidades do Nordeste Brasileiro: trifásico 220/380 V.

Algumas Cidades do Norte, servidas por geradores diesel: 240 V, 50 Hz.

O plugue "oficial" adotado no Brasil é o "roliço" e totalmente metálico. No entanto somos obrigados a conviver com plugues de pino chato, pino chato e roliço combinados, pino roliço plástico/metálico e todos os problemas decorrentes das dificuldades de encaixes e "engripamentos".

Essa diversidade de padrões nos levam ao uso de indesejáveis "conversores", tais como: transformadores elétricos das mais variadas potências, tomadas "multi-padrão", adaptadores de plugues, "benjamins", alicates de corte, etc, etc.

E quanto à TV, a nossa "praia" ?

Em 1960, o País unificou o padrão nacional de TV em 525 linhas, 30 quadros.

Em 1972, o Brasil adotou o padrão em cores PAL, na versão "M", compatível com o legado de TVs em preto-e-branco.

Na década de 1980, o padrão NTSC veio a tornar-se um "padrão de fato", com a chegada (pelas "portas dos fundos") dos gravadores e tocadores de videocassete, em duas versões: VHS e o natimorto Betamax. E com eles, a necessidade de "transcodificadores" (conversores) "N-Linha" (brrr! O "padrão das profundezas") e NTSC/PAL-M.

Na década de 1990, chega a TV digital via satélite, no padrão europeu DVB-S, e TV a cabo, no padrão DVB-C. No entanto, a programação local continua em PAL-M. Mais conversores entram em ação para quem quer receber essas transmissões.

No início do novo milênio, vem a disseminação dos tocadores digitais de vídeo, os famosos "DVD Players". A conversão de padrões de vídeo é feita por "software". No entanto é desconcertante ver a quantidade de tomadas de sinais de áudio e vídeo para atenter a tão grande variedade de "padrões" de conexão DVD-TV, além de "moduladores externos" para quem tem TVs antigos, sem entrada AV.

Nos EUA, o Estado da Califórnia que sofre de déficit crônico de energia, baixou normas rigorosas para conter o aumento do consumo com a chegada de aparelhos conversores de TV digital. Isso poderá inviabilizar o processo de transição analógico/digital americana, numa região onde a TV aberta tem o seu maior mercado. O "sessentão" sistema analógico NTSC de TV aberta deve resistir...

Bem, agora esperamos pela TV digital terrestre no Brasil, e talvez com ela, mais um novo padrão de transmissão... além do novo formato de DVD de alta definição, em duas versões (a história se repetirá?)

Dependendo das nossas escolhas, haverá mais "divergência" que "convergência". O Brasil precisa harmonizar os serviços de comunicações via linha discada, cabo, fibra-óptica, radiodifusão terrestre e satélite, celular, e , quem sabe, a famigerada comunicação via rede elétrica, para alegria das concessionárias de energia e tristeza dos ouvintes de AM (mais interferência no ar).

Fala-se em convergência pela "via digital", mas hoje há três sistemas de compressão: MEPG2, MPEG4 (AVC) e Windows Media 9 (VC-1).

Parece que a indústria de conversores vai continuar lucrando com isso. Mais consumo energético também. Bem, esse é o preço da "liberdade de escolha"...

O lado irônico da história é que hoje temos excesso de meios e falta de conteúdo....

Quando era garoto, na minha cidade havia apenas quatro canais de televisão: Tupi, Record, Paulista e Cultura. Esses canais eram mais que suficientes para "dar vazão" a tudo que se produzia nas artes, entretenimento, jornalismo, esportes e educação...

Hoje, quem tem TV assinada, fica cansado ao ver tanta programação "redundante"...

Adendo
Um caso curioso de padrão diz respeito às bitolas de comboios (trens). Há mais de século, no Sul do Brasil, fronteiriço com Argentina, o Brasil adotou uma bitola diferente do país vizinho, por temer a facilidade de invasão de tropas estrangeiras por meio ferroviário...
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