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Seg Mar 25, 2024 8:20 am
FORUM I - Padrão Exclusivo - Ser ou Não Ser
Publicado no Blog SBTVD PAL-M  em outubro de 2005


O melhor sistema analógico.

Ao visitar o site de TV digital do Jornal "O Globo", fiquei surpreso com a quantidade de críticas endereçadas ao nosso sistema analógico PAL-M. Bem, esse é um assunto polêmico. Em polêmicas, todos têm um pouco de razão, mas ninguém têm toda a razão.

O sistema brasileiro PAL-M é um híbrido do sistema americano NTSC-M e sistema alemão PAL.

Dando uma revirada na história do desenvolvimento da TV em cores analógica, fiquei sabendo de um caso interessante, acontecido durante o desenvolvimento do sistema de TV em cores NTSC, lá pelos idos de 1950 na terra do Tio Sam...

(O sistema NTSC chegou a ser testado no Brasil em 1963 no Brasil pela TV Tupi. A série "Bonanza" era transmitida semanalmente em cores. O sistema PAL-M entrou em operação em 1972.)

Os americanos sabiam de dois sérios problemas do sistema NTSC: estabilidade de cor e fantasmas.

Para entender o problema da estabilidade de cor, imagine um reloginho analógico (aquele de ponteiros...) que que aponte para uma cor diferente à cada hora do dia.

Para que uma certa cor fosse recebida com fidelidade, era preciso que o reloginho do transmissor e os reloginhos dos receptores indicassem a mesma hora, isto é, estivessem sincronizados, ou no jargão técnico, estivessem em fase.

A Philco, uma das integrantes do NTSC - National Comittee System Television, criou por volta de 1950, um recurso chamado CPA - colour phase alternation, muito parecido com o recurso PAL - phase alternation line - criado pelo engenheiro alemão Walter Bruch, da Telefunken, por volta de 1960.

O objetivo do recurso de alternância de fase é o de corrigir os desvios de tempo de cada reloginho a fim de manter a fidelidade de cor.

O sistema CPA não foi incorporado ao sistema de televisão norte-americano por que provocava muita cintilação. Esse problema foi resolvido pelo sistema PAL.

Dizem que os americanos, por volta dos anos 1970, resolveram o problema da estabilidade de cor através de um recurso técnico aplicado durante a mudança dos quadros das imagens.

Mas,quanto aos fantasmas,não. O problema dos fantasmas, decorrentes de atrasos dos sinais, faz com que essas imagens rebatidas apareçam em cores distorcidas, isto é, uma roupa vermelha podia ter um fantasma verde.

Talvez isso explique por que nos EUA a televisão a cabo seja tão popular, e no Brasil a TV aberta é preferida pela maioria.


FÓRUM II : O MELHOR PADRÃO PARA O BRASIL

Prezado Jonas Paulo Negreiros,

Obrigado pelo convite em participar deste Blog sobre TV Digital.

Tenho acompanhado este processo de escolha de padrão , pois, quando trabalhava na TV GLOBO (a qual inaugurei e trabalhei 12 anos), assisti uma demonstração em circuito fechado do PAL-M presidida pelo inventor Dr. W. Bruch.

Anos mais tarde ingressei na AMPEX DO BRASIL (fabricante dos videotapes quadruplex) e inclusive instalei cerca de 20 videotapes VR-1200 no Brasil dando início ao intercâmbio de programas à cores (fitas) em diversas redes.

Eu vivi na carne o problema do PAL-M .

Comparava a qualidade de imagem no ar no Brasil e quando em viajens ao USA, via que nossa qualidade de imagem no ar dava de 10 a zero .

Como resultado de escolha na transmissão sou à favor da escolha PAL-M.

Agora, como sistema para produção (encoders, switchers, efeitos digitais , cg) nossa, como sofri! Toda a vez que um produto era lancado em NTSC,  a previsão de tê-lo em PAL- M era de , talvez 1 ou 2 anos...

Ainda bem que , depois passamos a usar dentro da produtora, NTSC.


Bem, vamos a TV DIGITAL . Sou contra a escolha de um sistema fabricado no Brasil .

Não estamos ainda com esta bola toda de inventar um sistema!

Acho que deveriamos ter um sistema único na América (pelo menos, Latina).

Sou a favor de instalar sistemas de cada fabricante, por exemplo em São Paulo e outra no Rio (diferentes situações demográficas), durante um período de teste com televisores
instalados em diversos pontos da cidade.

Chamar nossos hermanos para acompanhar os testes e em conjunto decidir qual o caminho à seguir. Isto, além de assegurar a escolha ideal do sistema, como pacote, teriamos custos de SET-BOX [conversores] e direitos bem reduzidos.[preços acessíveis].

O sistema a ser escolhido deveria atender à todas as necessidades técnicas atuais e futuras.

O momento ideal para estes testes deveria ser, por exemplo, as Olimpiadas Rio 2007 .

Não esquecendo também de emissões via satelite e via cabo.

Bem, espero ter contribuido com minha opinião e experiência passada.

Abraços,

Reynaldo Losso
Videography

FORUM III : O MELHOR PADRÃO PARA O BRASIL

Sr Jonas,

Agradeço o convite para participar deste fórum, sobre a TV Digital.

A minha área de conhecimento é a social, logo, interesso-me pela tecnologia de um modo geral, como ferramenta de desenvolvimento.

Nos primórdios do estudo da economia, Adam Smith (A Riqueza das Nações) escreveu que as nações deveriam aproveitar as suas vantagens comparativas, limitando-se a produzir aquilo cujos custos lhe saem mais baratos, comprando de outras nações aquilo que elas, por sua vez, podem produzir com menores custos.

Desta forma deveríamos eternamente produzir café, cujas nossas terras roxas permitiam altíssimos rendimentos e com o lucro adquirir bens desenvolvidos nos centros de pesquisas do exterior, a custo quase zero.

Este raciocínio simplista, produzidos por um dos ícones do pensamento econômico, poderia nos levar a abrir mão de qualquer esforço tecnológico e esperar os resultados do exterior, mas é este procedimento que leva cada vez mais à dependência tecnológica, porque ele não permite às inteligências nacionais o domínio da frente do conhecimento e da pesquisa, tornando-nos sempre caudatários do desenvolvimento tecnológico no exterior.

E a dependência tecnológica leva ao pagamento de royalties pelo uso das patentes, viabilizando cada vez mais os investimentos em pesquisa do exterior e enfraquecendo cada vez mais nossa Balança de Serviços e nossa divida com o exterior.

Por isso insisto que, seja  a que custo for, precisamos desenvolver nossa capacitação tecnológica, seja pelos resultados em geral que uma política de Pesquisa e Desenvolvimento possam trazer à comunidade industrial e acadêmica, seja também pelo esforço que precisamos fazer para a redução da Dívida externa.

Um abraço, continue no seu trabalho.

Jorge Pereira da Silva
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