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TVD - O desafio da incompatibilidade Empty TVD - O desafio da incompatibilidade

Sex Abr 12, 2024 8:48 am
Junho 2006 [com atualizações]

TVD - O desafio da incompatibilidade.

Exemplos de sucessos em Sistemas Incompatíveis - Comparações em Base Histórica.

1- AM versus FM

O "revolucionário" sistema de radiofonia em FM foi criado na década de 1930 por Armstrong, quando o AM ainda estava em fase de implantação pelo mundo afora.

No Brasil, por exemplo, o AM começou a operar em 1927, no Rio de Janeiro - RCB Rádio Club do Brasil.

Embora o sistema de Armstrong fosse tremendamente superior ao AM sob vários aspectos, o sistema FM ficou congelado por mais de três décadas.

Isso foi devido a alguns fatores, tais como:

- O custo do sistema FM era bem maior que o AM;

- Somente através de emissões "ao vivo" era possível desfrutar das qualidades da FM;

- A qualidade das gravações musicais ainda era muito ruim. Os sistemas fonográficos baseavam-se discos de acetato, baquelite "78 rpm", ou de gravadores magnéticos de rolos de ARAME. Em função da baixa resposta em frequência, alta distorção e baixa relação sinal/ruído, o caminho natural para a radiodifusão dessas "midias" era a AM.

A expansão da FM começou na década de 1950, com o advento dos discos fonográficos "microssulco" de alta fidelidade, em "33 e 1/3" e "45 rpm" , além dos gravadores magnéticos "de fita" (fita de acetato, impregnada de pó de óxido de ferro) e polarização ultra-sônica.

[A modulação de FM foi muito bem aproveitada para transmissão de som na Televisão Padrão M, concebida nos fins de 1940]

A radiodifusão em FM começou sendo dirigida ao público de maior poder aquisitivo e com uma programação sofisticada de jazz e música erudita. Outros fatores que "alavancaram" a FM foi a emissão codificada em SCA (Banda-Base), que permitia a comercialização do serviço de FM de música ambiente para hotéis, restaurantes, supermercados e consultórios médicos.
A "decolagem" do sistema ocorreu com o advento do FM estéreo MPX em 1960, criado pela CBS, que se transformou na principal fonte de música em alta fidelidade para os proprietários de aparelhos de som residenciais.

O sistema AM só começou a ser ameaçado pelo FM na década de 1990, quando boa parte dos programas "falados", tais como: noticiosos, prestação de serviços, etc, começaram a migrar do AM para as emissoras de FM.

Hoje, os receptores de rádios portáteis mais populares possuem apenas a faixa de FM, porque ficaram mais baratos que os modelos mais simples de AM...

Dois pontos a favor da sobrevivência da AM é que esta não sofre a concorrência desleal das emissoras piratas de FM e a faixa de ondas curtas ainda significam uma importante alternativa nas comunicações, nacionais ou intercontinentais, pois concorre diretamente com os satélites, rede de micro-ondas e cabos submarinos.

Com o advento das emissões digitais em radiofonia, poderá ocorrer alguma alteração no setor, principalmente com o lançamento de receptores AM/FM digitais de rádio para automóveis. Em receptores portáteis, a história é outra, pois o consumo de energia (pilhas) de um receptor digital (IBOC/DRM) é muito maior que os convencionais.

2 - Disco fonográfico de vinil " Long Play" versus "Compact Disc"

Apesar das severas críticas dos audiófilos relativas à qualidade do som do CD, instabilidade de "trilhagem" de discos "mal-prensados" e o altíssimo preço dos toca-discos digitais em relação aos tocadores analógicos, em vinte anos após o seu lançamento, o sistema CD de reprodução sonora conquistou o mundo.

Não dava para acreditar que um sistema de som tão sofisticado, utilizando tecnologia LASER, três ou quatro motores (acionamento de gaveta, servo de busca de faixa, servo de trilhagem, servo de foco), microcontroladores, processadores de sinais digitais e conversores Digitais/Analógicos poderia ameaçar um sistema tão simplório como o toca-discos de vinil, constituído de um único motor elétrico auto-regulado, um fono-captador de agulha de safira, correia de borracha, prato e braço feitos de plástico...

Dois pontos ainda contam a favor das "bolachas analógicas ":

- Foco de Resistência.
Audiófilos teimam em não abandoná-las. Recentemente os EUA aperfeiçoram o LP analógico, muito superior tecnicamente ao "vinil" de 20 anos atrás. Seu preço está em torno de 50 dolares.. Será que vai vingar ?

[Desde a publicação desse artigo, houve um renascimento do LP, com a reativação de fábricas de Disco de Vinil e a oferta de vários toca-discos de alta qualidade, inclusive no Brasil]

- Capitulação.
Colecionadores de vinil e baquelite encontram-se regularmente para fazer trocas, lembrar dos "velhos tempos" e fortalecer o convívio social.

Na prática , o CD acabou com o vinil. Hoje um Toca- CD popular custa tanto quanto custava um toca-discos de vinil há vinte anos...

O CD fortaleceu-se ainda mais com os formatos CD-ROM, DVD, CD gravável, etc

[O CD perdeu espaço para as memórias de massa em estado sólido, tais como pendrives e SSHD]



3 - Lições que podem ser tiradas das experiências revolucionárias.

O fator determinante de sucesso de uma tecnologia revolucionária não é o seu custo incial, mas a sua EFICIÊNCIA. Isso ficou patente com o CD.

Quanto ao FM, este não acabou com o AM. Trata-se de mais um meio para a radiofonia.

Talvez a TVD venha a ser uma nova mída, sem liquidar, ou não liquidar tão-rapidamente com a velha TV analógica.

A proposta brasileira de transição A/D, à base de conversores digitais-analógicos , defendida pelo Governo, parece bastante consistente, se levar em conta a questão da inclusão digital como prioridade pública, mas o maior desafio é atingir o custo-meta de 300 reais para o consumidor.

Uma meta menos ambiciosa, seria introduzir uma forma melhorada de teletexto interativo, adicionada às atuais transmissões analógicas. Esse sistema poderia prestar excelentes serviços à sociedade brasileira em curtíssimo prazo.

O sistema TVD a ser adotado no Brasil poderia ser qualquer um dos existentes. O sucesso da TVD mundial dependerá das leis da física, das leis de mercado, e de ações adminstrativas dos Radiodifusores, dos Govenos, Empresários e do interesse do consumidor , de maneira semelhante à trajetória da FM.
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